Acerca do Arquivo Sonoro Digital

A publicação on-line do Arquivo Sonoro Digital em acesso integral representa um momento histórico. Esta é a primeira colecção de fonogramas disponível on-line, a partir de um dos maiores acervos de fonogramas existente no país.

Consubstanciando um dos compromissos estratégicos do Plano de Salvaguarda da candidatura do Fado à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO), o Arquivo Sonoro Digital do Museu do Fado disponibiliza on-line os registos sonoros dos fados gravados desde o início do século XX.

Desenvolvido através de uma parceria entre o Museu do Fado (Câmara Municipal de Lisboa – EGEAC) e o Instituto de Etnomusicologia (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas -Universidade Nova de Lisboa), o Arquivo Sonoro Digital reúne milhares de registos de fados gravados, desde o início do século XX, consubstanciando-se no maior repositório histórico do som existente em Portugal.

Alojada no site do Museu do Fado, a base de dados do Arquivo permite a pesquisa remota, através da internet, de milhares de registos sonoros desde o início do século, até à implementação da gravação eléctrica, facultando a pesquisa integrada por intérprete e repertório.

"O Arquivo Sonoro Digital do Museu do Fado disponibiliza on-line os registos sonoros dos fados gravados desde o início do século XX."

Gravados em Lisboa, Porto, Paris, Berlim ou Rio de Janeiro - acusticamente ou em gravação eléctrica (posterior a 1927) - estes discos circularam e foram comercializados em Portugal entre 1900 e 1950.

Gradualmente, o Arquivo Sonoro Digital integrará ainda o registo das gravações existentes em diferentes colecções, públicas e privadas, junto das quais se procedeu a inventários preliminares no quadro da candidatura do Fado à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial (UNESCO). Neste domínio, a identificação sistemática de acervos relevantes para o estudo do Fado, na posse de distintas instituições, que o Museu do Fado e o Instituto de Etnomusicologia têm desenvolvido, permitiram já identificar mais de 30.000 repertórios associados ao Fado.

Em parceria com o Instituto de Etnomusicologia, o Museu do Fado opera sobre vários tipos de suporte: discos de goma-laca a 78 rotações, discos de vinil (a 33 e 45 rotações), discos instantâneos (de acetato), discos de transcrição, discos não tipificados (a diferentes velocidades e de diferentes dimensões), suportes digitais (CD, DVD-audio, SACD, DAT, mini-disc, etc.), fita-magnética (todas as velocidades e dimensões de fita), cassetes (normais ou micro-cassetes), suportes vídeo (VHS, U-matic, Betamax, 8, DV, mini-DV), entre outros.

Além do tratamento arquivístico dos espécimes, o Museu do Fado/INET procede a investigação sobre arquivística do som (metadata, processamento digital, transferência de suportes, migração, restauro, bases de dados), bem como ao estudo do som gravado, em particular registado em suportes históricos, envolvendo equipas multidisciplinares das áreas de história, antropologia, etnomusicologia, musicologia e acústica.